A jornalista Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado que matou a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e o motorista Anderson Gomes em março de 2018, disse que revolta é a palavra que expressa o sentimento que sentiu ao saber das informações da Polícia Federal, que apontou que três agentes públicos são suspeitos de serem os mandantes do crime ocorrido há seis anos. No domingo (24/3), foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCERJ) Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.
“Revolta talvez seja a palavra que mais proximamente possa resumir o sentimento do dia de hoje. Marielle Franco não merecia. O Rio de Janeiro não merecia. O Brasil e o mundo não mereciam. Marielle Franco apenas cumpria (sim, com todo afinco, firmeza e dedicação que lhes eram característicos) a missão pela qual batalhou: defender, lutar pelos direitos daqueles e daquelas que fazem uma cidade acontecer: os trabalhadores. Pelos direitos das mulheres, negros e periféricos. Ela foi arrancada do convívio de sua família, amigos, carreira por fazer apenas o que lhe era devido”, disse Fernanda, em nota.
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“Foi preciso que mais de meia década se passasse, foi preciso que um novo presidente da República assumisse para que esse caso recebesse o devido tratamento que merece: o de maior relevância da história política do Brasil desde a redemocratização. Foi preciso que uma Força Tarefa Federal assumisse a frente das investigações para que avançássemos nas investigações e, mais, descortinássemos a bizarra situação do Rio de Janeiro, absolutamente carcomido na sua institucionalidade pela atuação de organizações criminosas”, acrescentou a jornalista e ex-assessora de Marielle.
Fernanda se solidarizou com os pais de Marielle, Marinete e Antônio, com a filha Luyara, com a irmã Anielle e a com a viúva Monica Benício. Ela também prestou solidariedade aos amigos e colegas de trabalho da vereadora e à família de Anderson Gomes. Passados seis anos do atentado, a jornalista disse que ainda sofre cotodianamente com os impactos.
“Seguimos, agora, na luta pela devida responsabilização dos envolvidos nesse assassinato, mas também na luta para que o Estado do Rio de Janeiro supere o caos a que está submetido, que impacta sobretudo a população mais pobre, subjugada pela atuação de grupos criminosos que dominam quase a totalidade do território fluminense”, finaliza Fernanda.
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