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Um desabafo sobre o Athletico, o rei e seus intocáveis incompetentes

Como escrever algo sobre um ano dito especial para o Athletico, mas que foi totalmente direcionado às homenagens em vida ao rei, Mario Celso Petraglia? Todo o resto ficou comprometido, nas mãos dos intocáveis que sofrem de Dunning-Kruger, síndrome que leva pessoas com pouca competência superestimar suas próprias habilidades.

As diversas reuniões do Conselho Deliberativo tiveram um único objetivo: aclamar o soberano. Não passamos uma delas sequer sem alguém empunhar o microfone e levantar seu nome aos céus.

Dizia a Mesa Diretora nas votações: “Se todos concordam, permaneçam como estão”. Os eunucos, com sorrisos sarcásticos, sedentos e constrangedores, caçavam com os olhos os “vendilhões do templo” que ousassem se mexer.

Tudo isso não teria problema, pasmem, se o transformador MCP tivesse ao seu lado – ou se aceitasse na gestão – pessoas competentes, sabendo que sua saúde poderia lhe abandonar.

O grande problema é que na realeza atleticana temos um que é fofoqueiro de vestiário, outro que faz as camisas mais feias do futebol brasileiro e ainda o caseiro do CT do Caju. Além deles, há quem pensa ser o próprio Petraglia. E também há quem tem certeza de que é.

Não poderia deixar de falar, então, da soberba incrustada no CT e diluída na água servida aos nossos dirigentes, que olham todos de cima para baixo de seus pedestais e camarote particular, carregando a síndrome citada no início do texto – e que os levou ao buraco antes mesmo da janela da metade do ano, quando renovaram contratos e deram totais poderes aos ditos líderes do elenco, que não passam de carrascos paneleiros, jogadores de pôquer e tomadores de destilados.

Quem não aceitava suas condições tinha a cabeça ceifada, enquanto os mesmos tiravam fotografias cheias de sorrisos no dia seguinte à forca.

Eles já estavam todos no buraco, mas gostavam de dizer que ninguém estava no dia a dia, que o time era bom e sem necessitar reforços. Afinal, “teve clubes que caíram no centenário e a gente já conquistou um título”.

Ah, a soberba que não escuta ninguém. Petraglia tinha certeza que sua noivinha seria a mais desejada do baile, mas com a roupa escolhida por seus conselheiros reais adornados por seus antolhos, poderá virar, em breve, a gata borralheira.

“Não fuja de sua responsabilidade, que nós não fugiremos da nossa”, disse o grão de areia que pensava ser montanha.

*Texto escrito por um solitário e indignado conselheiro do Athletico

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