O Sistema Único de Saúde recebe um paciente de emergência cardíaca a cada minuto no Brasil. De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), doenças relacionadas ao coração causaram 641.980 internações, em 2023, sendo 85% atendimentos de emergência. A associação aponta dificuldade dos profissionais de hospitais públicos de lidarem com o aumento do volume de casos, em meio a uma infraestrutura enfraquecida e uma falta de capacitação das equipes de emergência.
O levantamento comparou os casos de urgência em hospitais públicos por regiões do Brasil para tentar explicar a dificuldade e a “forte pressão” que as equipes de emergência passam a cada minuto. A região mais populosa do Brasil, o Sudeste, concentra o maior número de internações, com mais de 241 mil atendimentos, em 2023. A pressão sob a região do Nordeste também é significativa, em especial nos estados do Ceará e em Pernambuco, com 20.374 e 24.331 atendimentos de urgência, respectivamente.
A associação adverte, no entanto, que o caso mais crítico do país é o estado do Mato Grosso do Sul, onde 97% das internações e atendimentos por doenças cardíacas foram de urgência. O estado contabilizou 10.590 internações desse tipo, de um total de 10.963 atendimentos registrados em 2023.
Os principais problemas cardiovasculares que afetam a população brasileira variam entre doenças reumáticas crônicas do coração, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, transtornos de condução e arritmias cardíacas. Entre as doenças mais comuns, o infarto agudo se destaca com o maior número de atendimentos de urgência, com 152 mil em 2023, sendo 88% do total de internações para a doença. Logo em seguida, a insuficiência cardíaca registrou 194,54 mil internações de emergência, 94% do total de casos da doença.
Além disso, a pesquisa também mostra que os homens são o maior grupo de internados devido a condições do coração, sendo 57% das internações no ano passado, em comparação com as mulheres, que representam 43% dos atendimentos. A idade também é um fator importante para os riscos das doenças. Em 67% das internações os pacientes tinham 60 anos ou mais. Apesar disso, a associação alerta que a idade não é a única condição para desenvolver doenças cardiovasculares.
“Embora as doenças cardíacas sejam majoritariamente associadas ao envelhecimento, há um número considerável de casos de atendimentos entre adultos jovens, que frequentemente estão expostos a hábitos de vida prejudiciais à saúde cardiovascular”, alerta a Abramede.
*Estagiária sob a supervisão de Renato Souza
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