Uma sucuri fêmea com cerca de 6 metros foi encontrada morta às margens do Rio Formoso, em Bonito (MS), no domingo (24/3). A serpente era conhecida como Ana Júlia ou Vovozona pela população local e pelos guias turísticos da região, além de ser famosa em documentários e na internet.
O documentarista e fotógrafo Cristian Dimitrus, que registrou Ana Júlia diversas vezes ao longo de sua carreira, anunciou em suas redes sociais a morte do animal. Ele foi informado por guias que fazem o passeio de bote no Rio Formoso que, segundo eles, a serpente teria sido morta a tiros.
“Eu me revoltei. Eu acompanhava esse animal e já até conhecia o seu comportamento. Essa sucuri era embaixadora das outras sucuris e agora não temos mais ela, que era tão emblemática para a cidade e para a própria espécie”, afirmou ao Correio.
Para Wellington Martins, administrador da página de turismo Tour Pantanal, receber a notícia da morte da sucuri foi chocante para a comunidade local. “Ana Júlia não era apenas uma cobra gigante, ela era uma parte integrante do ecossistema local e uma atração natural para os turistas que visitam Bonito, muitas pessoas antes de virem para região nos perguntavam sobre ‘A Sucuri Gigante que viu na internet'”.
Nas redes sociais, usuários lamentaram a morte da cobra. “Que tristeza! Não consigo parar de pensar nela desde que soube”, escreveu uma internauta. “A que ponto chegamos”, completou outra. “Que tristeza e revolta! Isso não pode ficar sem consequências”, cobrou uma terceira internauta.
A morte da cobra representa uma perda para a fauna e também para o turismo da cidade. “Como uma predadora no topo da cadeia alimentar, Ana Júlia desempenhava um papel crucial no equilíbrio do ecossistema. Além disso, ela era atração para os visitantes que vinham a Bonito em busca de experiências únicas na natureza. Sua presença era um lembrete da incrível biodiversidade da região e do papel crucial que o Pantanal desempenha na conservação da vida selvagem”, lamenta Martins.
Em nota oficial, o governo de Mato Grosso do Sul informou que a Polícia Militar Ambiental (PMA) foi acionada para averiguar a morte da sucuri. Durante os levantamentos iniciais no animal, os agentes não localizaram perfurações ou indícios de tiros. Se ficar provado que houve crime ambiental, o responsável responderá criminalmente e será autuado administrativamente, conforme dito pelo comandante da PMA, coronel José Carlos Rodrigues.
Deixe um comentário