A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências) divulgaram uma nota conjunta em apoio à professora Lígia Bahia, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que foi acusada de difamação pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).
O órgão pede indenização de R$ 100 mil por causa de declarações feitas pela professora titular em uma entrevista concedida ao canal de Youtube do Instituto e Livraria Conhecimento Liberta. A entrevista foi retirada do ar.
Segundo o CFM, Bahia fez “acusações infundadas”, “proselitismo ideológico” e “discurso de ódio” contra a instituição.
Constam supostos trechos da entrevista no processo do CFM em que a professora diz: “É ultra preocupante que o Conselho Federal de Medicina seja ocupado, digamos assim, politicamente, por posicionamentos político-partidários muito claros“.
Por meio de uma nota publicada à época, a defesa de Bahia nega as acusações e defende a garantia do direito à liberdade de expressão. “Acreditamos que a possibilidade de manifestar opiniões e experiências pessoais contribui para a construção de senso crítico e de uma sociedade democrática e plural”, diz o comunicado.
Segundo a nota da ABC e da SBPC, as declarações da professora na entrevista “refletem consensos científicos amplamente reconhecidos”. Diz, ainda, que o “CFM se afasta dos princípios básicos da ciência e da liberdade de expressão, que fundamentam a vida acadêmica e uma sociedade democrática”.
O CFM pede, além da indenização, uma retratação pública da professora e a proibição de novas publicações que eles considerem ofensivas. São réus na ação a empresa Google, dona do Youtube, e o Instituto Conhecimento Liberta.
Com BBC News Brasil
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