São Paulo registra a maior quantidade de médicos do País: 166 mil profissionais. Em seguida, aparecem Minas Gerais (72 mil), Rio de Janeiro (70 mil) e Rio Grande do Sul (37 mil). Na outra ponta estão Amapá (1,1 mil), Roraima (1,2 mil), Acre (1,5 mil) e Tocantins (4,3 mil). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (15/10), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Já em relação a densidade de médicos por mil habitantes, o Distrito Federal lidera, com 6,3, seguido do Rio de Janeiro (4,3), São Paulo (3,7), Espírito Santo (3,6), Minas Gerais (3,5) e Rio Grande do Sul (3,4).
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Por outro lado, estados como Amazonas (1,6), Amapá (1,5), Pará (1,4) e Maranhão (1,3) apresentam as menores razões de médicos por mil habitantes — embora tenham mostrado evolução superior a 67% nos últimos 14 anos. Em 2010, o Amazonas tinha 0,97; o Amapá contabilizava 0,87; o Pará possuía 0,83; e o Maranhão, 0,65.
Desigualdades entre capitais e regiões
O CFM também aponta que a concentração de médicos é maior em áreas que se destacam como grandes centros econômicos. Por outro lado, as regiões menos desenvolvidas, especialmente aquelas que situadas no interior de estados com vastos territórios e zonas rurais, enfrentam desafios consideráveis para reter e atrair médicos.
Nesse sentido, as capitais concentram 23% da população do país, mas agrupam 52% dos médicos, e os municípios do interior somam 77% da população obrasileira, porém dispõem de 48% dos profissionais.
Em relação as regiões, Sudeste se destaca por ter a maior densidade e proporção de médicos no País, com 3,76 médicos por mil habitantes e 51% do total de médicos, enquanto abriga 41% da população brasileira.
Em contrapartida, o Norte tem a menor razão e proporção de médicos, contando com uma razão 1,73, ficando significativamente abaixo da média nacional e representando apenas 4,8% do contingente médico nacional, apesar de compor 8,6% da população.
A região Nordeste, com 19% dos médicos e quase 27% da população, apresenta uma razão de 2,22 médicos por mil habitantes, também abaixo da média nacional. O Sul, com 16% dos médicos e 15% da população, exibe uma razão de 3,27 médicos por mil habitantes, enquanto o Centro-Oeste, com 9% dos médicos e 8% da população, tem uma razão de 3,39 médicos por mil habitantes.
Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, os dados mostram a necessidade de políticas públicas focadas na redistribuição de médicos pelo território nacional, com o objetivo de minimizar as desigualdades regionais no acesso à saúde.
“É imprescindível o desenvolvimento de uma política de recursos humanos robusta para a assistência ao SUS, enfatizando a criação de incentivos atrativos aos profissionais para sua fixação em regiões com maior dificuldade de provimento”, pontua José.
Média nacional
Em abril, o CFM mostrou que o Brasil chegou a 575.930 médicos ativos, uma das maiores quantidades do mundo. Entretanto, o Conselho vê com preocupação esse crescimento.”Observamos a criação indiscriminada de escolas médicas no país sem critérios técnicos mínimos, o que afeta a qualidade do preparo dos futuros profissionais da medicina”, afirma o prresidente do CFM.
Outra questão a ser observada é que o aumento do número de médicos deve implicar também em melhores condições de trabalho e de estímulo para que a assistência ocorra da forma adequada. A equação do atendimento, em especial na rede pública, não é uma questão apenas matemática, mas de planejamento e boa gestão”, acrescenta José.
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