O comando da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) vive uma crise, desde 2008, em que quatro chefes da organização foram presos por suspeita de envolvimento em algum tipo de crime, desde obstrução de justiça até lavagem de dinheiro. O caso mais recente foi o de Rivaldo Barbosa, preso no domingo (24/3), por suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco.
Os outros chefes da corporação que já foram presos são: Álvaro Lins e Ricardo Hallak, em 2008 e Allan Turnowski, em 2022. Dois deles foram condenados, um aguarda a resolução do caso e Rivaldo segue no centro da investigação sobre o crime contra Marielle e o motorista dela, Anderson Gomes.
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Entenda os casos e acusações de cada um deles:
Álvaro Lins
Em 2008, Álvaro Lins era deputado estadual pelo Rio de Janeiro e ocupava o cargo de chefe da Polícia Civil do estado quando foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, corrupção passiva e facilitação ao contrabando.
O caso ocorreu durante o governo de Anthony Garotinho, que posteriormente seria condenado pelo crime de formação de quadrilha. Na mesma sentença, Lins também foi condenado a 28 anos de prisão pela participação por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro. Hoje ele está solto.
O Correio não conseguiu contato com a defesa de Álvaro. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.
Ricardo Hallak
Também em 2008, o chefe da Polícia Civil durante o governo de Rosinha Garotinho, foi preso acusado de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Hallak foi citado em denúncia do Ministério Público Federal por fazer parte de uma organização criminosa que explorava o jogo do bicho no Rio. Anthony Garotinho e Álvaro Lins também tinham suspeita de envolvimento no caso.
O ex-chefe da Polícia foi condenado a cinco anos e nove meses de prisão por corrupção passiva. Hallak morreu em novembro de 2023, aos 66 anos, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Allan Turnowski
Em 2022, o Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu o ex-secretário Allan Turnowski, que estava a frente da Polícia Civil, por obstrução do Judiciário.
À época, ele foi acusado de atrapalhar investigações sobre uma organização criminosa que agia na cidade de Petrópolis e exigia propinas de lojistas. Ele foi preso por suspeita de participar de organização criminosa e envolvimento no jogo do bicho.
Um mês depois ele foi solto por decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), com medidas cautelares.
Em nota ao Correio, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que o processo de Turnowski ainda não foi julgado e que a última audiência foi realizada dia 11 de março.
À reportagem, a defesa do ex-secretário reforçou a inocência do cliente. “Recorde-se que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a ilegalidade da prisão decretada, reconhecendo a absoluta inexistência de indícios que pudessem inseri-lo na ação penal”, diz a nota.
Rivaldo Barbosa
Rivaldo Barbosa foi preso no domingo (24/3) pela suspeita de ter impedido as investigações do caso Marielle, usando o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio como forma de proteger os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, apontados como os mandantes do crime. A prisão de Rivaldo, bem como a dos irmãos Brazão, foi de maneira preventiva.
Rivaldo foi nomeado para o cargo um dia antes do assassinato da vereadora e do motorista dela Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Ele foi um dos primeiros a consolar a família e os prometeu a resolução do caso.
A investigação do caso Marielle segue em andamento. O Correio não conseguiu contato com a defesa de Rivaldo para um pronunciamento sobre o caso. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.
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