Três projetos que promovem o controle e a reciclagem dos plásticos recolhidos nos mares e rios foram premiados, ontem, pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela Agência Nacional de Águas (ANA). Os vencedores do concurso “Desafio saneamento do futuro: rios sem plásticos” elaboraram soluções para um dos elementos mais poluentes despejados pelo homem na natureza.
O prêmio tem três categorias. Na social, o vencedor foi o projeto Cirandar, de Olinda (PE), que incentiva adolescentes de 13 a 17 anos a transformarem de garrafas pet em mobiliário escolar. Segundo a idealizadora do programa, Juliana Rabelo, “a gente trabalha com as cooperativas locais, que fazem a gestão de resíduos. A gente os processa para, nas oficinas, transformar em mobília. Os jovens participam de todas as etapas, desde a visita à cooperativa à produção e utilização dos móveis”. Juliana pretende é expandir o projeto para o interior de Pernambuco.
Na categoria gestão pública, a vencedora foi a HRios Ecobarreiras Inteligentes, do Rio de Janeiro. Apresentou uma estação ambiental para monitoramento, coleta e armazenamento de resíduos sólidos em rios e afluentes. Marcius Victorio da Costa, idealizador do projeto, explica que a energia para o funcionamento do sistema é solar e somente a etapa final de funcionamento requer intervenção humana.
“As ecobarreiras têm sistemas de filtros submersos, que são preenchidos pelos resíduos. Conforme vai chegando ao limite, é enviado um sinal para os agentes ambientais locais, que fazem a troca do filtro”, detalha.
Construção
A Ladrilhos do Sertão, de Jaraguá do Sul (SC), venceu a categoria indústria. O projeto que apresentou transforma resíduos plásticos em ladrilhos decorativos para a construção civil.
De acordo com o idealizador, André Guse Barbi, “a gente trabalha com as cooperativas, que nos entregam os resíduos separados em cor, tipo e grau de sujeira, o que é muito importante para transformamos nos laminados que criam as cores dos ladrilhos. É muito legal porque é um material extremamente leve e impermeável”.
Os vencedores receberam um cheque de R$ 330 mil para que consigam disponibilizar os projetos que desenvolveram para o mercado. O prêmio foi entregue pelo presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, pela presidente da ANA, Veronica Sánchez, e por representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
O concurso avaliou, no ano passado, 82 projetos. Nove foram selecionados para cada categoria, antes da escolha dos vencedores. “Esses projetos são importantes para inspirar outras iniciativas que mudem o mundo. E mostram que não existe inovação sem o apoio financeiro do Estado”, salientou Cappelli.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
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