Doar sangue é um ato de caridade e amor aos semelhantes. Na doação voluntária, como o próprio nome diz, é ato sem contrapartida.
Quase sempre as necessidades dos bancos de sangue são maiores que a quantidade de sangue disponível, principalmente quando ocorrem acidentes ou tragédias de maiores proporções. Não raro, nos deparamos com desabamentos, incêndios, colisões e outros eventos que colapsam o sistema.
Em virtude da imprevisibilidade, os bancos de sangue procuram manter estoque em quantidade que possam suprir essas emergências, além, é claro, das demandas diárias de clínicas e hospitais, em especial nos atendimentos de emergência.
O Governo, especialmente a Secretaria de Saúde, periodicamente faz campanhas visando manter os estoques de sangue, insumo vital e que salva vidas.
Quando fui diretor da Casa de Custódia da Polícia Civil, juntamente com a equipe administrativa daquela Casa, tivemos a ideia de colaborar de alguma forma com a campanha de doação de sangue. Consultando os policiais lá custodiados, sem qualquer tipo de coação ou obrigatoriedade, obtivemos sinalização de mais de 90% deles, que mostraram entusiasmo em serem doadores de sangue voluntários.
A fim de operacionalizar a doação, fizemos contato com o órgão encarregado dos procedimentos de doação, quando fomos informados da impossibilidade de pessoas que estivessem presas serem doadoras.
A Resolução da Anvisa prescreve que não pode ser doador: “indivíduo que possuíam histórico de encarceramento ou confinamento obrigado não domiciliar superior a 72 (setenta e duas) horas, ou seus parceiros sexuais).
Ou seja, o preso, ainda que tenha ficado encarcerado por tempo exíguo – (72) horas, não poderá doar sangue.
Me ative nesta restrição – do encarcerado – para doação, mas existe uma infinidade de outras, relacionadas à impossibilitada de doar.
A Legislação sobre doação de sangue é composta por Lei Federal, Decretos e Resoluções nos quais são impostas diversas restrições as quais visam, naturalmente, proporcionar segurança aos receptores.
Entretanto, as restrições impostas, em alguns casos, acabam prejudicando o próprio banco de sangue, que conforme salientado, reiteradamente encontra-se em déficit.
Sem querer fazer juízo de valor, ou qualquer crítica ao sistema de saúde, fica o questionamento: Será que não teria uma maneira de verificar com segurança a qualidade do sangue oferecido a doação?
Lamentamos apenas não termos podido contribuir com a doação!
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