A Polícia Federal deflagrou, entre a tarde desta quarta-feira (17/7) e a manhã desta quinta (18/7), a Operação Palmares com o objetivo de apurar a autoria do assassinato de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos. Também conhecido como Binho do Quilombo, ele era representante da Comunidade Quilombola de Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Bahia, junto com a mãe, Maria Bernadete Pacífico Moreira — que também vítima de homicídio em agosto do ano passado.
As investigações da PF iniciaram em setembro de 2017, poucos dias após o crime, que foi praticado no dia 19 de setembro do mesmo ano. Segundo os investigadores, os suspeitos utilizaram um veículo adquirido em nome de terceiro, financiado mediante utilização de documentos falsificados. Um número de celular usado por um dos investigados à época do crime foi cadastrado em nome desta mesma pessoa.
Identificado o verdadeiro usuário do número telefônico, foram deferidos dois mandados de prisão temporária. Além disso, outros oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no bojo da fase ostensiva das investigações, todos expedidos pela 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária da Justiça Federal na Bahia.
Mãe Bernadete
A líder quilombola Bernadete Pacífico foi executada a tiros em 17 de agosto de 2023. Antes de morrer, ela chegou a denunciar as violências e ameaças contra o povo tradicional, em encontro com a então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, em julho do ano passado. Bernadete liderava o Quilombo Pitanga dos Palmares e lutava por justiça pela morte do filho Flávio Gabriel dos Santos.
Segundo informações do Ministério da Igualdade Racial, o terreiro de Mãe Bernadete foi invadido por dois criminosos com capacetes. Antes de executar a líder, os homens fizeram os familiares reféns.
Em novembro, cinco homens foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia por envolvimento no assassinato da ialorixá e líder quilombola Mãe Bernadete. Eles são acusados de homicídio qualificado por motivo torpe, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima.
Mãe Bernadete fazia parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) do governo federal. Além de líder de quilombo, Bernadete era ialorixá e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), além de ter ocupado o cargo de secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho, em 2009.
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