O mineiro Gabriel Lemos viveu uma “odisseia” quando retornava de São Paulo para Belo Horizonte nesse fim de semana. O ônibus da Viação Adamantina sairia da capital paulista às 21h de sábado (20/7), com chegada às 6h de domingo (21/7). Mas uma série de perrengues, incluindo viajar em um bagageiro de um transporte fretado, fez parte de seu itinerário, chegando em casa 15 horas depois do previsto.
De acordo com Gabriel, o ônibus iniciou o percurso apenas às 2h45 de domingo. Depois de embarcar no ônibus, ainda segundo ele, todos os passageiros dormiram. Porém, cerca de duas horas depois, tiveram que sair do ônibus. “Parecia que estava tudo tranquilo. Foi quando escutei um barulhão, e o ônibus deu uma mexida e continuou andando. O motorista parou, deu uma olhada, andou mais um pouquinho e parou o ônibus”, relata Lemos.
O barulho era de um pneu se soltando. Gabriel Lemos conta que o problema atingiu ainda uma região perto da roda, o que impossibilitou que o ônibus pudesse ser consertado. Com isso, os passageiros tiveram que esperar outro ônibus chegar para que a viagem continuasse. “Mas só chegou às 10h. O veículo estava completamente sujo no andar de cima, tanto que praticamente todo mundo ficou no andar de baixo. Havia um monte de lixo jogado”, ressalta.
Após se acomodar no novo ônibus, Gabriel Lemos conta que ele e os outros passageiros pensaram que a viagem seguiria tranquila até o final. Começaram a reclamar da fome e a se mobilizar para conseguirem um almoço de forma gratuita. “Depois de um tempo, conseguiram liberar (horário e verba) para a gente comer, mas sem bebida, então a gente teve que pagar refrigerante e água do nosso do nosso bolso. Almoçamos, e todo mundo ficou feliz”, afirma.
De volta no ônibus, a viagem seguiu. No entanto, quando estavam perto de Oliveira, na Região Oeste de Minas, o ônibus começou a andar devagar. “Estava até achando que era um pouco de trânsito na estrada. Só que os carros da pista da esquerda estavam ultrapassando a gente, e o povo começou a reparar que havia algum problema”, explica Lemos.
Ele relata que naquele momento, alguém foi falar com o motorista e voltou dizendo que o ônibus estava superaquecendo, mas que não iria parar. “Na hora que ele terminou de falar essa frase, teve que encostar no acostamento. O Guilherme, outro passageiro, abriu a parte de trás do motor, e o tanque de água e resfriamento estava completamente sem água”, detalha.
Os passageiros tentaram achar um galão com água no veículo, mas não conseguiram. Nesse momento, os passageiros foram até um córrego próximo.
“A gente tentou colocar água, porém não estava resfriando nem funcionando. Foi quando a gente viu que estava descendo água por baixo do ônibus. Toda a água descia por algum dos encanamentos”, lembra Lemos.
A empresa disse que seria necessário esperar um mecânico para a viagem seguir. “Quando deu 16h, as coisas não estavam dando muito certo, então a gente começou a tentar parar ônibus na estrada para ver se levavam a gente. Já devia ser umas 16h30, quando um ônibus lotado apareceu. Não tinha espaço no bagageiro. Foi oferecido levar quem não tivesse bagagem. Conseguimos embarcar três pessoas”, conta.
Nessas tentativas, todo mundo conseguiu uma carona, menos Gabriel Lemos, o passageiro chamado Guilherme e o motorista. Perto das 18h30, ainda não havia chegado mecânico ao local. “A gente foi ficando sem opções, já que estava escuro, e não estavam passando muitos ônibus. A gente conseguiu parar um ônibus fretado desses de um evento de igreja. Não tinha assento, mas o cara era conhecido do Guilherme e liberou a gente ir no bagageiro”, detalha.
Gabriel conta que foram de Oliveira até Betim, na Grande BH, no bagageiro. Isso porque, na cidade da Grande BH, desceram duas pessoas, e os dois (ele e Guilherme) conseguiram ocupar lugares. Só chegaram a BH por volta das às 21h, cerca de 15 horas depois do previsto.
Tentativa de solução
Gabriel Lemos tentou contato com o Sac da Viação Adamantina, mas não obteve retorno. “Ninguém conseguiu falar com o Sac, tenho uma um print em que fiquei 31 minutos e 40 segundos ouvindo a musiquinha do saque deles sem atender eles”, detalha.
O Estado de Minas tenta contato com a Viação Adamantina e aguarda retorno.
* Estagiária Rebeca Nicholls sob supervisão do subeditor Thiago Prata
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