Na última semana, uma série de desdobramentos envolvendo a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido de Parintins (AM) Djidja Cardoso na última terça-feira (28/5) repercutiu no estado do Amazonas. Encontrada morta na casa em que residia em Manaus (AM), Djidja ainda não teve causa do óbito revelada, no entanto, boletim de ocorrência revelado pelo Diário do Pará mostrou que parentes da mulher já haviam denunciado cárcere privado e condições adversas vividas por Djidja em decorrência do abuso de drogas.
Deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas, a Operação Mandrágora investiga a família da jovem, que mantinha a seita religiosa “Pai, Mãe, Vida” — acusada pela polícia de distribuir e estimular o uso recreativo da cetamina.
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Na quinta-feira (30/5), Cleusimar Cardoso Rodrigues, mãe de Djidja, Ademar Farias Cardoso Neto, o irmão, e três funcionários do salão de beleza Belle Femme foram presos por tráfico de drogas, associação para o tráfico, perigo para saúde ou para a vida de outrem; falsificação, corrupção e adulteração de produtos destinados para fins terapêuticos e medicinais; charlatanismo; curandeirismo; sequestro; cárcere privado e constrangimento ilegal. Ademar também é acusado de aborto provocado sem consentimento de gestante e estupro de vulnerável.
O que é a cetamina
A cetamina (ou ketamina) é um anestésico e analgésico utilizado geralmente em cirurgias de menor duração. O uso do medicamento injetável também é indicado em procedimentos obstétricos como cesarianas.
A ação da cetamina é rápida e se caracteriza por ter um efeito chamado de “anestesia dissociativa”, com a interrupção de habilidades sensoriais, deixando o indivíduo sedado e podendo ocasionar efeitos alucinógenos.
Em 2020, o cloridrato de escetamina em formato de spray nasal começou a ser utilizado como antidepressivo em casos graves em associação com outro medicamento por via oral. O tarja preta, no entanto, só pode ser aplicado em clínicas e hospitais sob supervisão de um médico.
Tanto o antidepressivo quanto o anestésico são medicamentos tarja preta vendidos sob receituário especial.
No entanto, os efeitos dissociativos da cetamina tornaram a substância alvo de comércio ilegal e uso recreativo. O ativo é utilizado ainda como base para produção da “Special K”, droga sintética de efeito alucinógeno também conhecida pelos nomes de “K” ou “vitamina K”.
O uso da cetamina sem acompanhamento pode causar hipertensão, taquicardia e pode levar ao óbito. O efeito da substância foi indicado como causa da morte no laudo do ator Matthew Perry em outubro do ano passado.
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