O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) do Rio Grande do Sul ocupou um prédio público no centro de Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira (10/6). Segundo o grupo, o objetivo da ação é cobrar do poder público uma “solução emergencial digna” para às vítimas das enchentes que atingiram o estado.
O boletim mais recente da Defesa Civil aponta que 173 pessoas morreram, 38 seguem desaparecidas e 806 ficaram feridas por causa das enchentes. Além disso, 423.486 gaúchos estão desalojados e 18.854 foram encaminhados a abrigos públicos. Ao todo, 478 dos 487 municípios do Rio Grande do Sul foram afetados.
O MTST defende a adaptação dos imóveis públicos que não cumprem função social e a destinação destes para famílias desabrigadas. Para o grupo, a questão da moradia digna é tema central para a discussão das ações de reconstrução do Rio Grande do Sul.
“Embora consideradas como solução por representantes do governo municipal e estadual, as Cidades Temporárias são locais inadequados para as famílias viverem por um grande período de tempo, pois violam direitos básicos, como acesso ao transporte público e aos equipamentos de saúde, assistência social e educação, rompendo vínculos comunitários e com os profissionais que vinham fazendo o acompanhamento dessas famílias. Outra preocupação é o alto risco sanitário que existe em reunir um grande número de pessoas nessas condições precárias durante o inverno gaúcho”, argumenta o movimento social.
“Ocupamos hoje para demonstrar que a adaptação desses imóveis para moradia popular é possível. O MTST, assim como demais organizações políticas da classe trabalhadora, demonstraram potencial de organização coletiva que foi fundamental para as ações de resgate, alimentação e acolhimento de diferentes demandas da população em tempos de eventos climáticos extremos. Queremos juntos construir um futuro digno e com garantia de direitos para toda a sociedade gaúcha”, emenda Cláudia Ávila, coordenadora nacional do MTST.
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