Morreu, nesta quinta-feira (14/3), Clarinha — uma mulher que foi atropelada no ano de 2000 e não tinha registro oficial. Ela ficou internada em coma por 24 anos no Hospital da Polícia Militar em Vitória, no Espírito Santo. Clarinha teve uma broncoaspiração, que é a aspiração de conteúdo do estômago para o interior das vias respiratórias, e não resistiu.
O caso da paciente não identificada ganhou repercussão nacional após uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, em 2016. Na época, mais de 100 famílias procuraram o Ministério Público para identificar possíveis graus de parentesco com Clarinha. Mas depois de triagens e exames de DNA, nenhuma família mostrou-se compatível com os traços da mulher.
Nenhum parente ou amigo foi visitar Clarinha durante os 24 anos que passou internada em estado vegetativo. Esse estado ocorre quando há uma disfunção cerebral em que uma pessoa não mostra sinais de consciência.
O coronel aposentado Jorge Potratz, junto a equipe médica do hospital, foi quem cuidou da paciente nesses anos e a nomeou como Clarinha. “A gente tinha que chamar ela de algum nome. O nome ‘não identificada’ era muito complicado para se falar. Como ela é branquinha, a gente a apelidou de Clarinha”, explicou o militar ao g1.
Como não tem documentos oficiais, Clarinha pode ser sepultada na condição de indigente. Mas a equipe médica do hospital, onde ela ficou internada, atua para garantir um enterro digno para a mulher. Até o momento, não há definição do que será feito.
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