Nos próximos dias os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina podem registrar microexplosões atmosféricas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno ocorre quando uma corrente de vento se separa de uma nuvem de tempestade, se desloca com força em direção ao solo e provoca fortes rajadas. De acordo com a MetSul, uma microexplosão atingiu o município gaúcho de Santa Cruz do Sul no último sábado (27/4).
Partes do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão sob alerta vermelho, que significa grande risco de alagamentos, transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas por causa dos acumulados de chuvas. O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade, que vigorará por 180 dias. No estado gaúcho pelo menos 29 pessoas morreram e 60 estão desaparecidas.
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O Inmet explica que o período entre o fim de abril e o início de maio de 2024 ainda tem influência do El Niño. O fenômeno responsável por aquecer as águas do Pacífico ajudou a bloquear as frentes frias e concentrar os sistemas de áreas de instabilidade no Rio Grande do Sul, causando a chuva mais intensa em parte do estado gaúcho e sul de Santa Catarina nos últimos dias.
Além dessa condição, a temperatura do Oceano Atlântico Sul bem mais elevada, próximo da faixa equatorial, também contribui para a umidade, intensificando as chuvas. O transporte de umidade a partir da Amazônia e o contraste térmico com o ar mais aquecido ao norte da Região Sul, além de ar mais frio ao sul do Rio Grande do Sul também ajudou a fortalecer as tempestades.
Tragédia climática
Segundo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o rio Guaíba, em Porto Alegre, pode chegar a cinco metros até sábado (4/5). Caso a previsão se confirme, essa será a maior cheia da história da capital gaúcha, superando a enchente registrada em 1941.
“Quero pedir mais uma vez que as pessoas tenham a percepção de urgência em relação ao que está ocorrendo no Estado. É muito importante que a população leve a sério as recomendações e busque se proteger, que atenda a esse chamado da emergência sem precedentes que estamos vivendo e deixe as zonas de risco”, enfatizou Leite.
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