Um menino de 7 anos, que morreu por desnutrição em junho, em Lagoa Santa, na Grande BH, teve falência de múltiplos órgãos por causa do estado de desnutrição extrema em que se encontrava. A informação é da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
O inquérito ainda está em andamento. Outras informações serão repassadas ao término da investigação.
José Guilherme de 7 anos morreu por suspeita de desnutrição, na sexta-feira, 7 de junho, em Lagoa Santa, cidade da Grande BH. Os próprios médicos que acionaram a Polícia Militar. De acordo com eles, quando a criança deu entrada na instituição de saúde já estava morta e com sinais de desnutrição. Em relato à polícia, um dos médicos disse que a criança chegou no hospital muito magra. “Era pele e osso”, ressaltou.
O menino foi sepultado no dia 11 de junho, no Cemitério Campo da Saudade, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O velório foi restrito a familiares e amigos. A família preferiu o silêncio. Era como um protesto silencioso, explicado ao final da solenidade, quando a avó, Maria Antônia Contreras, disse, apenas, “esperamos justiça”.
Nas investigações, surgiram denúncias de que o padrasto impedia a criança de se alimentar. A mãe, ao prestar depoimento, disse que já tinha flagrado José Guilherme comendo ração de cachorro.
Rotina de abusos
Em um primeiro momento, o padrasto do garoto informou que ele estava doente havia seis dias, que não se alimentava e vomitava “coisas verdes”. Depois, o homem confessou que deixava o enteado sem comida.
O castigo, segundo Vitor Aprigio, acontecia porque o menino comia demais e ele temia que faltasse alimento para as demais. Além de José Guilherme, moravam com o casal outras três crianças. Os mais velhos têm 10 e 13 anos e o mais novo um mês e meio. No dia do crime, policiais estiveram na casa da família e encontraram mantimentos.
Crislaine Contreras, de 27 anos, mãe das crianças, afirmou que não concordava com as condições a que o filho era submetido e tentava alimentá-lo escondido do marido. No entanto, o homem retrucava dizendo que a ela estava deixando a criança “com muita ousadia”. Quando questionada o que fez ao presenciar o fato, não deu mais detalhes e se limitou a dizer que “não conseguia mais falar sobre o caso”.
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