Não pergunte se, em Maurício Barbieri, o Athletico terá um bom técnico. Pergunte se, em Maurício Barbieri, o Athletico terá um técnico.
E a resposta é que contra todas as expectativas possíveis, depois de Paulo Turra, Wesley Carvalho, Martín Varini e Lucho González, todos estagiários, o Furacão contratou e agora terá um técnico de verdade.
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E isso só será possível porque Andrey Lopes, o Cebola, que é auxiliar dos auxiliares de Abel Ferreira, no Palmeiras, teve o bom senso que a diretoria atleticana não teve ao convidá-lo: recusou vir para o Caju.
Agora sim, volte-se à questão se, em Maurício Barbieri, o Athletico terá um bom técnico.
A perspectiva do sucesso de um técnico no Furacão com a “era Felipão”, ficou complexa. O conservadorismo intransigente de Luiz Felipe Scolari, acabou com todos os paradigmas que foram implantados na primeira passagem de Paulo Autuori pelo Caju.
Com base neles, foi que o Athletico ganhou o bi da Sul-Americana (2018 e 2021), a Copa do Brasil (2019), e sempre se classificou para os torneios continentais. A prova está no fato de que, mesmo rebaixado, no ranking nacional é o sexto colocado, e no sul-americano, é o nono.
Com o rompimento dessa base, a enfermidade do presidente Mario Celso Petraglia e a delegação de poderes para Márcio Lara, o futebol do Furacão degringolou. Entrando em colapso, foi rebaixado.
Regredindo duas décadas, voltou a fazer um projeto tendo como referência o improviso e a especulação. Os assistentes técnicos Paulo Turra, Wesley Carvalho, Martin Varini e Lucho González foram exemplos do improviso; e, Juan Carlos Osorio, da especulação.
Cuca não foi exemplo de nada e sim de um acerto de interesses: de um lado, o Athletico que precisava de um técnico, e de outro Cuca que precisava do Athletico para voltar à cena nacional, porque Petraglia era, como foi, o único dirigente capaz de tirá-lo do exílio de Santa Felicidade, em razão das suas questões pessoais. Petraglia e Cuca se merecem. Estrago feito, feito está.
Com Barbieri, Athletico vai recomeçar do zero
O Athletico terá que recomeçar do zero. E, dentro de um mercado caro, especulativo e arriscado, Maurício Barbieri foi uma boa escolha. É um técnico de futebol, bem formado, estudioso e já com experiência.
Dirão que Barbieri não ganhou nenhum título de expressão. É verdade, mas Tiago Nunes também não tinha ganho nada, e acabou ganhando tudo, formando o melhor Athletico desde Geninho. Era protegido pela estrutura rompida.
Entre ser uma boa escolha e ser um bom técnico, há diferença. Para ser um bom técnico, Barbieri depende mais do Athletico do que dele. Mario Celso Petraglia precisa mandar remover as minas que ainda estão plantadas no CT do Caju. Minas velhas, novas, que falam espanhol e português.
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