Os territórios hoje denominados favela veem sendo construídos desde o retorno dos soldados da guerra de Canudos em 1897. Aos soldados que retornavam da Bahia para o Rio de Janeiro era permitido que construíssem suas habitações nas áreas menos importantes da capital, principalmente nas encostas dos morros.
Com o crescimento desordenado das cidades essas habitações precárias começaram a avançar no Brasil esse movimento foi intensificado com o êxodo rural nos anos 70, onde as pessoas acreditavam que nas cidades teriam melhores condições que no interior. Fato é que as cidades não tinham a capacidade de absorver toda essa demanda o que resultou em um empobrecimento enorme da população.
Essas habitações foram então ocupadas por pessoas menos favorecidas economicamente e pelo motivo de não terem condições financeiras para acessar os serviços das áreas urbanas foram marginalizadas de uma forma muito intensa (e ainda são).
Com a democratização discursos políticos cheios de entusiasmo e vazios de conteúdo passaram a manipular de forma intensa essa massa.
O advento da internet sobre tudo da informação rápida através de redes sociais, Apps de mensagem de texto, áudio e vídeo nos smartphones trouxe conhecimento e ele passou a ser dinâmico e incontrolável, pois, na atualidade a informação chega em tempo real. Isso causou inclusive um aumento na politização da população.
Neste contexto a favela ganha um olhar diferenciado, apesar dos problemas sociais de violência e de falta de competência do estado para garantir dignidade à população de favela, os territórios deixam de ser carência e passam a ser potência.
O fator mais evidente de geração de potência desses locais é a economia interna. Com esse avanço tecnológico e com a grande circulação de produtos e serviços a favela passa a ter máquinas de cartão, acesso a Pix, movimentações bancárias, investimentos em títulos e até em ações.
Para, além disso, os territórios passam a ter centros comerciais, serviços de internet, televisão, supermercados, barbearia, cabeleireiro, manicure, salões de beleza, artesanato, farmácias, serviços essenciais que permitem que o dinheiro circule internamente.
O país ainda precisa romper paradigmas preconceituosos com relação as favelas, mas inegavelmente o mundo já percebe esse território de outra maneira. Basta ver que turistas veem de fora para se hospedarem em algumas favelas do Rio de Janeiro e São Paulo. E neste viés de turismo a economia passa a ser fortalecida com uma balança comercial favorável em especial para hotelaria, alimentação, artesanato e apresentações artísticas culturais.
Favela é sociedade, é economia, é turismo, é cultura e é potência.
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