O Athletico está oficialmente rebaixado à Série B. O Furacão teve um campeonato de oscilação, chegando até a liderar, mas decaiu no segundo turno, não venceu confrontos diretos da reta final e terminou a competição na 16ª posição, com 42 pontos.
Essa queda foi literalmente “construída” por várias mãos. Um vexame que começou pelas escolhas de início da temporada, passou pela opção de não se reforçar no meio do ano e terminou com os diversos erros do time dentro de campo.
Relembre 12 personagens da queda do Athletico
Mario Celso Petraglia
O presidente chegou a afirmar que, com o superávit recorde, iria montar um time competitivo, em entrevista no fim de 2023. No entanto, após investimento no início no ano, trouxe apenas oportunidades de mercado ao longo do primeiro semestre.
Na janela de meio de temporada, com a equipe oscilando no Brasileirão, decidiu não abrir os cofres na contratações de reforços para o time.
O mandatário também não deu liberdade para outros membros tomarem decisões, como foi o caso com o então CEO Alexandre Leitão, que acabou deixando o clube em julho. Em meio a problemas de saúde, conduziu o clube de forma remota, tomando decisões pelo WhatsApp.
Márcio Lara
Diretor financeiro do clube e braço direito de Petraglia, ficou responsável pelas contratações em 2024. A maioria dos nomes não deu retorno e a torcida questionou, ao longo do ano, quais os critérios e os valores investidos em alguns nomes, como foi o caso dos atacante Romeos Benítez e Lucas Di Yorio.
Lara também chegou a dizer, no início do ano, que o clube iria priorizar o Brasileirão. Ao longo da temporada, ainda teve episódios de discussão com torcedores. Oficialmente, não deu nenhuma entrevista para dizer o que se passava internamente no clube.
Paulo Miranda
Temporada a temporada, a torcida atleticana questiona qual a função de Paulo Miranda nos bastidores. O ex-jogador ocupa o cargo de gestor esportivo do clube, mas atua mais nos bastidores.
Nesta temporada, acumulou polêmica com o técnico Cuca, que resultou na saída do treinador, e também com torcedores que foram protestar no aeroporto.
Paulo Autuori
Depois de passagem polêmica no Coritiba, com indicação de técnico que só teve uma vitória e contrário ao retorno de Alef Manga, o diretor trocou de lado na cidade e reassumiu a função de diretor técnico.
Após um período “sumido”, promoveu uma única entrevista com a imprensa – e esbanjou de um tom soberbo. Não deu explicações sobre o que acontecia com o desempenho da equipe, foi o defensor direto da contratação de Lucho González ao comando do time e seguiu sem responder às dúvidas da torcida até o rebaixamento.
Aguinaldo Coelho de Farias
O dentista, sem experiência no futebol, orquestrou a maioria das decisões do Conselho Deliberativo, conforme desejo do presidente Mario Celso Petraglia. Também partiu dele a proposta de mudança do nome do Estádio Joaquim Américo Guimarães para Estádio Mário Celso Petraglia.
Em nenhum momento da temporada, por exemplo, houve movimentação dos conselheiros para tentar mudar a rota do clube.
Cuca
Ainda que levantado o troféu do Campeonato Paranaense e feito boa campanha no início do Brasileirão, o treinador trouxe uma carga pesada para o clube com todos os seus problemas pessoais, e acabou dividindo a torcida.
Para completar, “abandonou o barco” após uma sequência de três empates seguidos com gols no fim, com direito à enorme polêmica de suposta confusão com Paulo Miranda no vestiário da Ligga Arena.
Martín Varini
O jovem técnico dividiu opiniões desde sua chegada, sendo uma decisão direta Petraglia. Teve bons resultados nas Copas, mas os números do Brasileirão pesaram, com apenas uma vitória em nove jogos.
Insistiu também em um sistema de jogo que não condizia com elenco curto e limitado. Algumas improvisações, como Erick na ala direita, evidenciaram a fragilidade defensiva do time e custaram muitos pontos.
Lucho González
A pedido de Autuori e sem grande experiência na profissão, assumiu um time esfacelado. Sua chegada não se deu pela qualidade comprovada como treinador, mas sim pela identificação com as cores do Athletico e também por ter a aprovação dos jogadores.
Mas os números mostravam, com apenas uma vitória em 11 jogos antes do Furacão, que não era o nome ideal. Os discursos e as entrevistas comodistas também refletiam em decisões erradas em campo.
Pablo
O atacante começou a temporada com contrato renovado e boas atuações, sendo vice-artilheiro do Paranaense. Mas a frase provocativa ao Coritiba após o título do Estadual marcou: “Teve times que caíram no centenário, nós fomos campeões”. A torcida encarou como uma “maldição”.
Ao longo do ano, teve rendimento muito abaixo do esperado, com apenas três gols no Brasileirão e contribuindo pouco em jogos decisivos, principalmente como titular da reta final da temporada.
Thiago Heleno
Em sua nona temporada pelo clube, o General deu evidências claras de que não deveria ser titular em muitos jogos e que deveria passar o bastão da posição. Mas, por falta de elenco, novamente jogou mais de 50 partidas, do Paranaense ao Brasileirão.
Algumas falhas e erros de posicionamento, muitos deles por falta de velocidade e agilidade, foram evidenciados pela torcida e crítica. A capitania omissa também foi questionada. Para completar, após negociação arrastada, renovou contrato até o fim de 2025. Em certo momento, chegou a afirmar: “Não vai ter rebaixamento“. Teve.
Nikão
Após não se firmar em nenhum clube após sair do Athletico, resolveu voltar por empréstimo e trouxe o volante Gabriel no mesmo barco. O ídolo rubro-negro, acumulou muitas partidas ruins, saiu vaiado e nem mesmo os gols marcados na reta final, salvaram a temporada.
Para completar, Nikão teve a polêmica com Varini, que bagunçou ainda mais o vestiário. Foi afastado pelo técnico uma semana antes da saída da demissão do uruguaio e voltou ao time assim que Lucho assumiu.
Kaique Rocha
O limitado zagueiro, talvez, foi o reflexo dos problemas que o time passou em 2024. Foram mais de 60 partidas na temporada. O jogador até começou bem no Estadual, mas logo deu para ver que não tinha nível para assumir a bronca de grandes jogos.
Falhou individualmente em várias partidas que custaram pontos importantes ao Furacão. Mas, sem reposição na zaga, foi mantido como titular até quase o fim do campeonato. Uma lesão o tirou da reta final e, com a entrada de Lucas Belezi, que chegou a ficar afastado, o setor melhorou de desempenho.
Provavelmente é o jogador mais “cornetado” pelos atleticanos, transformando-se na cara do rebaixamento.
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