Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de um bilhão de pessoas vivem com alguma forma de deficiência visual no mundo. No Brasil, mais de 6 milhões de cidadãos têm condições que impactam a visão. Para conscientizar acerca dos direitos e desafios dessa população, todos os anos, no dia 4 de janeiro, é celebrado o Dia Mundial do Braille.
Braille é uma representação tátil de símbolos alfabéticos e numéricos que possibilita a leitura e a escrita. O sistema é composto por 63 sinais, gravados em relevo. Esses sinais são combinados em duas filas verticais com três pontos cada uma. A leitura se faz da esquerda para a direita. O nome do código foi dado em homenagem ao inventor Louis Braille, no século XIX, que ficou cego aos três anos de idade em decorrência de um acidente que causou uma infecção nos dois olhos dele.
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De acordo com a ONU, o acesso desigual das pessoas com deficiência visual a cuidados de saúde, educação, emprego e participação social as tornam mais vulneráveis a viverem na pobreza, sofrerem violência, negligência e abuso ou serem as mais marginalizados em situações de crise.
“Pessoas com deficiência visual vivendo em confinamento enfrentam questões como falta de independência ou isolamento, especialmente nos casos em que dependem de um toque para comunicar sobre suas necessidades e ter acesso à informação”, pontua a ONU.
A Organização das Nações Unidas também lembrou dos desafios impostos pela pandemia da covid-19. “O confinamento por causa da pandemia levou a uma série de problemas como isolamento e dependência, principalmente para quem precisa do toque para se comunicar. Durante a pandemia, ficou evidente a importância de material de informação em vários formatos incluindo braille e recursos em áudio. As pessoas com deficiência também enfrentam maior risco de contaminação ao não obterem guias e informação sobre como se proteger e reduzir a doença”, diz a ONU.
No Brasil, o braille chegou por meio do professor José Álvares de Azevedo, que aprendeu a técnica ainda criança e se dedicou a disseminá-la, com apoio do Imperial Instituto de Meninos Cegos, que hoje corresponde ao Instituto Benjamin Constant (IBC), no Rio de Janeiro. O método foi oficialmente adotado em 1854.
Pela contribuição para a inclusão social de pessoas com deficiência no território brasileiro, José recebeu o título de “Patrono da Educação dos Cegos no Brasil” e o dia do seu nascimento, 8 de abril, foi declarado oficialmente como Dia Nacional do Braille.
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