Apicultores da região durante assembleia de formalização da cooperativa, em julho deste ano
A apicultura da região de Viçosa ganhou um novo impulso com a criação da Cooperativa de Apicultores da Zona da Mata de Minas Gerais, formalizada em assembleia realizada em julho deste ano. A iniciativa, que começou em 2022 a partir da demanda por cursos de capacitação, reúne atualmente 22 produtores de municípios como Viçosa, Guaraciaba, Teixeiras, Coimbra, Canaã, São Miguel do Anta, Araponga e Presidente Bernardes.
Segundo o extensionista da EMATER-MG, Marcelino Soares, o processo de criação envolveu várias etapas, desde treinamentos técnicos em manejo de apiários até visitas a cooperativas consolidadas do setor, como a CONAP, em Nova Lima. O grupo também contou com o apoio da Universidade Federal de Viçosa (UFV), por meio do professor Pablo Murta Baião Albino e da Empresa Júnior de Cooperativismo (CAMPIC), além da parceria da EMATER-MG, da Secretaria Municipal de Agropecuária de Viçosa e do SENAR.
À frente da nova entidade está o produtor José Carlos Pinto, eleito presidente, ao lado do vice João Felício Pereira e do tesoureiro Fábio Dimas Pinto. A cooperativa terá três focos principais: comercializar mel e própolis produzidos pelos cooperados, oferecer treinamentos técnicos e realizar compras coletivas de insumos.
Atualmente, os municípios que integram a cooperativa já produzem juntos mais de 100 toneladas de mel e 2,2 toneladas de própolis por ano. Apesar desse potencial, muitos apicultores enfrentam dificuldades, como a alimentação das abelhas no período de entressafra, fator essencial para manter os enxames fortes até a próxima florada.
Com a proposta de comercializar coletivamente a produção, sem depender de atravessadores, a cooperativa pretende garantir mais renda aos produtores e fortalecer a atividade no campo. O planejamento também prevê capacitações contínuas, de modo a agregar valor ao trabalho dos apicultores.
Um passo importante para viabilizar as atividades iniciais foi a cessão, por cinco anos, do prédio da antiga Padaria Comunitária do Córrego Fundo, pela Associação Comunitária de Desenvolvimento Rural da localidade. O espaço permitirá que a entidade funcione sem necessidade de altos investimentos imediatos em infraestrutura.
A curto prazo, a meta é consolidar a comercialização coletiva e atrair novos cooperados. Para os próximos cinco anos, o objetivo é conquistar uma sede própria, ampliar a renda dos produtores e dar ainda mais força à apicultura regional.