Quatro pessoas morreram e duas estão desaparecidas em Petrópolis devido às fortes chuvas que vêm caindo na Região Serrana fluminense desde o fim da tarde de ontem. As vítimas fatais (duas delas crianças) foram soterradas por deslizamentos de encostas, apesar de as sirenes terem sido acionadas para que as áreas de risco fossem abandonadas pelos moradores.
Os acessos a Petrópolis e a Teresópolis — Nova Friburgo está em estado de atenção — foram fechados por causa da tempestade que estava prevista para o estado do Rio de Janeiro desde ontem, e que deve se prolongar pelo fim de semana. Um engarrafamento de dezenas de quilômetros se formou e parou boa parte do tráfego na Avenida Brasil, que liga o centro da capital fluminense à zona norte e à Região Serrana por meio da rodovia Washington Luís — apesar do ponto facultativo decretado pelo governador Cláudio Castro (PL).
Nas redes sociais, circularam vídeos mostrando que, em menos de uma hora de chuva forte, houve deslizamentos e destruição de muros e imóveis em Petrópolis. Em um cálculo inicial, foram 75 deslizamentos de encostas — um deles causou o desabamento de um prédio. Na cidade e em Teresópolis, eram muitos os registros de alagamentos e transbordamento de canais.
O Rio de Janeiro deve enfrentar chuvas intensas com acumulados superiores a 200 milímetros por dia, um patamar semelhante ao que desencadeou a tragédia no estado em 2011, quando cerca de mil pessoas morreram em deslizamentos na Região Serrana. A previsão é do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
A maior intensidade é prevista para hoje, dia apontado como mais crítico, especialmente na Região Serrana. A chuva, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é consequência da aproximação de uma frente fria, que avançou pela Região Sul do país na quinta-feira. “A previsão é de que esse sistema atue pelo leste da Região Sudeste causando grandes volumes, podendo levar transtornos à população”, informou o Inmet por meio de nota. Ainda que os maiores riscos estejam concentrados na serra, o norte do estado do Rio e a costa oeste também devem registrar chuvas fortes.
“Deslizamentos podem ser generalizados. Não podemos descartar, inclusive, episódios mais graves, levando em conta o volume previsto, com corridas de massa ou corrida de detritos”, afirmou o coordenador de operações do Cemaden, Marcelo Seluchi.
“O que haveria de semelhança em relação a 2011: acumulados de chuvas superiores a 200 milímetros, possivelmente de 300 milímetros. Números também observados em janeiro de 2011”, explicou Giovanni Dolif, meteorologista e pesquisador do Cemaden.
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