O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirma que a gravidade da crise climática provocada pelas fumaças das queimadas que assolam o país demanda ações urgentes por parte do governo federal e de órgãos internacionais. Ele destacou que o impacto não se restringe apenas às áreas de conservação, mas atinge também regiões produtivas, aumentando o custo ambiental e econômico.
Segundo Casagrande, as queimadas no Brasil atingiram proporções nunca antes vistas. “A situação é de fato muito grave. Há muito tempo a gente não tinha uma situação de queimadas tão volumosas e numerosas como nós temos neste momento, alcançando áreas do agronegócio, reservas florestais e causando dano e prejuízo”, afirmou em entrevista ao CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília —, nesta terça-feira (17/9). Ele bordou, no programa, temas como as mudanças climáticas, a atuação do Consórcio Brasil Verde, que ele preside, e as estratégias para mitigar os focos de fogo.
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O governador chamou atenção para a necessidade de buscar apoio financeiro de países desenvolvidos, que, segundo ele, são responsáveis por grande parte das emissões de gases de efeito estufa que contribuíram para a crise climática atual. “A gente tem que buscar os governos dos países desenvolvidos, que já queimaram muito combustível fóssil e que já causaram uma emissão muito grande. Esses países têm condições para ajudar”, enfatizou, sugerindo que esses países poderiam ajudar com financiamentos subsidiados ou recursos a fundo perdido.
Segundo ele, o Consórcio Brasil Verde é ainda mais necessário neste cenário. A iniciativa, composta por governadores de diferentes estados, busca coordenar esforços para a criação de planos climáticos estaduais e promover ações que reduzam as emissões de carbono, além de preparar os estados para enfrentarem as mudanças climáticas futuras. “Nosso consórcio tem esse papel, para dar um passo adiante e representar o Brasil”, explicou.
Ao ser questionado sobre a relação do governo atual com as questões climáticas, Casagrande apontou um distanciamento da gestão anterior em relação ao tema, e reconheceu que há mais abertura no atual governo. “O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro não tinha muita identidade com o tema mudanças climáticas”, frisou. No entanto, ele disse acreditar que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva pode fazer mais, especialmente no que se refere à preparação dos estados e municípios para enfrentar crises climáticas como a das queimadas.
“O governo federal tem que ter um plano, como está elaborando um plano climático para o Brasil, e os estados precisam elaborar também”, ressaltou.
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Ele também informou que o Espírito Santo já possui um plano de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, e que pretende levá-lo à Conferência das Partes (COP). E lembrou da importância de se investir em infraestrutura que possa responder a esses desafios, mencionando projetos como compra de ônibus elétricos, plano que integra a transição energética.
O governador mencionou a necessidade de o governo federal equilibrar suas contas para que o país não seja ainda mais afetado pela crise climática. “O governo federal vive as dificuldades de um país que está desequilibrado há muito tempo”, disse.
Para ele, a transição energética no Brasil poderia ser financiada utilizando os recursos provenientes da exploração de petróleo, um dos maiores responsáveis pelas emissões globais de carbono. “O Congresso Nacional, que hoje gerencia uma boa parte do Orçamento do Poder Executivo, deve também priorizar medidas de recursos para defesa civil.”
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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