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Alexandre Garcia: Agenda ambiental e a da fome em 1º lugar na frustração

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece estar com a paciência no fim. A reação dele ante as críticas da líder indígena Yakuy Tupinambá não foi a de um cavalheiro ante uma senhora idosa e de respeito. Não é para menos. Ele acumula frustrações próprias com as frustrações de seu povo eleitor.

Queixou-se de contar com apenas 70 deputados e nove senadores. Com isso, tem que pagar pedágio para o voto passar — e o Centrão é o principal cliente. Além disso, é vítima da própria propaganda. Criou expectativas — na campanha e no governo — que não pode cumprir. E o resultado é a frustração dessas expectativas, dos eleitores, que lhe deram voto, e daqueles líderes estrangeiros que o aplaudem.

A agenda ambiental e a da fome ficam em primeiro lugar na frustração. O próprio governo tem dito que há 33 milhões de famintos no Brasil, o que significa fracasso do Fome Zero em mais de 15 anos de governo petista. E o fogo na Amazônia e no Pantanal — e pelo Brasil inteiro — derruba toda argumentação de um ambientalismo de propaganda e pouca ação preventiva.

Quanto à agenda de Direitos Humanos, não é a mão-boba do ministro que põe a seriedade a perder; é a falta de ação para proteger brasileiros perseguidos e injustiçados, na Amazônia e em Brasília. Nenhuma palavra sobre colonos amazônidas assentados pelo Incra e depois enxotados pela polícia perdendo tudo e sem ter onde viver. Nenhuma palavra sobre os injustiçados que só se manifestaram e nada quebraram, e são condenados como se fossem perigosos terroristas.

Na proximidade da eleição, penso que o eleitor paulistano esteja também com a paciência se esgotando. Aliás, ele já avisou muitas vezes que não aguenta mais ter que votar no menos pior. O eleitor já escolheu o rinoceronte Cacareco, o macaco Tião, o palhaço Tiririca e similares, para mostrar aos partidos com quem se parecem muitos candidatos que figuram nas listas partidárias. Os partidos querem gente popular para gerar voto, sem saber das qualidades de político e administrador dessas pessoas. Apenas porque brilham no futebol, nos palcos, na TV, nas redes sociais, viram candidatos, sem o menor conhecimento do que vão fazer como prefeitos ou vereadores, além de jogar cadeiras no adversário.

Isso não é de agora e é por isso que a nossa política é tão pouco eficaz em melhorias para os brasileiros. Segurança, ensino, saúde, os resultados são pífios e, em geral, só piora o bem-estar da população. E quando alguém mostra serviço, é apagado como um intruso no mecanismo. Não querem mudar — a não ser para pior, como se vê em debates para a eleição municipal paulistana, a mais importante do país. O objetivo, como expressou um vereador, é enriquecer no cargo, enquanto se vai mantendo a enganação. Há quem participe, como eleitor, dessa enganação, e tudo vai se ajeitando, com favores mútuos do clientelismo, temperado com os impostos de todos.

 

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