Santo Agostinho[1] que se tornou um dos maiores divulgadores do Espiritismo e a manifestar-se em Espírito por toda a parte. Padre fervoroso e dedicado estabeleceu as bases da Igreja Católica em face de seu conhecimento após estudos pertinentes à doutrina. Percebeu e entendeu nos primórdios de seus estudos que os prazeres materiais são efêmeros e não fazem parte da verdadeira evolução do Espírito.
Diante de sua capacidade intelectual Agostinho foi surpreendido como Saulo de Tarso quando este ouviu a voz do Cristo a chamar-lhe no deserto. Agostinho entendeu e fervorosamente respondeu à voz: “Meu Deus, meu Deus, perdoa-me, eu creio, eu sou cristão.” E a partir deste evento tornou-se um dos mais firmes sustentáculos do Evangelho.
Quando a senhora sua mãe desencarnou, “Santa Mônica”, Agostinho assim se manifestou: “Estou convencido de que minha mãe virá visitar-me e trazer-me
conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura”. Foi feliz ao pronunciar-se desta forma, era o surgimento da Doutrina dos Espíritos. Nobre e disciplinado, estudioso e prático da caridade Agostinho, como todo Espírito Missionário quando acionado pela Espiritualidade Superior abandona todo arcabouço anteriormente levantado e até certo ponto correto em face do momento de conhecimento dos fatos até então sob seu domínio. Este despertar ocorreu quando Agostinho tinha trinta e três anos quando se desfez de seus bens, sob influência do bispo Ambrósio. Divulgou pela África durante quarenta anos a doutrina cristã por sua obra conhecida como “As Confissões” [2].
[1] AGOSTINHO (354-430 d.C.) nasceu em Tagaste, norte da África, quando o Império Romano estava sendo
destruído pelas invasões bárbaras. Seu Pai, Patrício, era pagão; sua mãe, Mônica, posteriormente Santa Mônica, era cristã. Aos 16 anos, foi estudar direito em Cartago, mas em 375 começou a se dedicar à filosofia, como resultado da leitura de Hortêncio, de Cícero. Converteu-se ao Maniqueísmo e tornou-se professor de retórica em Roma, em 383. De Roma, foi para Milão, onde se viu tomado pelo carisma do bispo cristão Ambrósio. Por algum tempo, atraiu-o o neoplatonismo, mas depois de longa e dolorosa luta tornou-se cristão em 386, recebendo o batismo de Ambrósio na Páscoa de 387. Sua intenção era levar uma vida “monástica”, mas em 391 foi ordenado, contra a sua vontade, bispo de Hipona (hoje Annaba, na Argélia). Foi bispo durante trinta e quatro anos, tempo em que escreveu copiosamente, combateu heresias e viveu em comunidade com outros cristãos. Aos 76 anos de idade, foi morto Hipona, durante cerco da cidade pelos vândalos. (Raeper, 1997, p. 25)
[2] AS CONFISSÕES de Santo agostinho, iniciada em 391 e concluída em 400, é uma obra fascinante. São treze livros, dos quais 9 autobiografados e 4 teologais. Nela se apresenta como o Filho Pródigo e a Ovelha Perdida do Evangelho de Lucas – perdido e depois encontrado, tal como o apóstolo Paulo. A mística e os místicos, Ortega, Alicia, [tradução Equipe da ECE] – São Paulo: ECE, 1990, p. 180.
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