No futebol não há modelo de jogo certo ou errado, não há esquema tático único, o futebol é um todo, ele é democrático e holístico. Mas as coisas precisam ser repensadas e refletidas de forma contínua. Qual o objetivo da formação de base? O que queremos com a formação dos jovens, todos sonhando serem jogadores?
Há quem monte uma base pensando em negociar atletas jovens; há quem pense em montar base para desenvolver o lado humanístico do jovem atleta; há quem monte para ambos, porém, qualquer que seja o objetivo, temos no centro deste debate crianças e adolescentes, que merecem crescer como crianças, sendo orientadas e recebendo exemplos positivos.
Recentemente, reportagem do GE intitulada “Investigação expõe ambiente tóxico e crimes de ódio em torneios infantis de futsal no Rio”, divulgou os resultados de quatro meses com o GE mergulhado nesse universo, marcado por competitividade em excesso, agressividade e frustrações pessoais de adultos depositadas em meninos. Os repórteres Carlos Eduardo Mansur e Mariana Fontes demonstraram como ainda vivemos, junto a esses jovens, uma cultura de resultado precoce.
Independente dos objetivos, há um momento para tudo, e em se tratando de iniciação esportiva, o objetivo maior deve ser o de formação humanística e evolução esportiva constante, muito mais que o resultado de jogos, pois o craque de 10 anos hoje, pode não ser o craque de 21 amanhã, se não for devidamente orientado e trabalhado com respeito, atenção e cuidado.
Com diria Pitágoras: “Educai vossas crianças e não precisará punir o adulto”, e sem dúvida a maior de todas as vitórias são as que nos permitem transformar vidas e construir pontes para realização de sonhos. Que busquemos os resultados, contudo, que vivenciemos mais a cultura de formação.
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