O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou a decisão de um juiz mineiro e determinou uma nova prisão para Antônio Cláudio Alves Ferreira, o homem que quebrou o relógio histórico durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A conduta do magistrado que havia concedido a liberdade provisória a Ferreira será investigada pela Polícia Federal.
Ferreira havia deixado o presídio em Uberlândia na última terça-feira (17), após a decisão do juiz que concedeu o regime semiaberto domiciliar, alegando bom comportamento. Ele saiu sem tornozeleira eletrônica e, no momento da nova determinação de prisão, encontrava-se foragido. O juiz responsável pela soltura argumentou que a ausência do equipamento não deveria atrasar o benefício.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) foi procurado para comentar o caso, mas ainda não se manifestou. A defesa do réu também não enviou resposta até o fechamento desta reportagem.
Antônio Cláudio Alves Ferreira foi condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e dano ao patrimônio tombado. O relógio danificado, que pertenceu a Dom João VI, foi restaurado e reintegrado ao acervo presidencial em janeiro deste ano.
Com a palavra o Jurista Mineiro
Mário Lúcio Quintão Soares.