Thairo Arruda, CEO do Botafogo, esperou dois anos para rebater uma declaração de Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico.
Em 2022, na época em que as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) estavam sendo sacramentadas no futebol brasileiro em clubes como Cruzeiro, Botafogo e Vasco, Petraglia disparou contra os valores da época.
“O que estamos vendo, atualmente, são os clubes se entregando a investidores por preços absurdamente baixos. É o preço de um jogador. Tenho várias propostas, mas vou fazer avaliação, quero saber o quanto valemos. Temos um modelo que nos interessa da melhor forma, mas vamos ver como o mercado reage”, afirmou o homem-forte do Furacão.
A resposta veio em 2024. Após os títulos do Brasileirão e da Libertadores do Botafogo e do rebaixamento do Athletico, Arruda fez questão de se lembrar da crítica.
“Sabe quando você segura calado e espera o tempo resolver por nós? Aguentei firme, mas agora precisei resgatar. Fica a dica: não importa o dote, o que importa é com quem vais casar”, rebateu o dirigente alvinegro.
Vale lembrar que a SAF do Botafogo foi oficializada em março de 2022. O empresário norte-americano John Textor arrematou 90% das ações do clube por R$ 400 milhões.
SAF do Athletico
Petraglia chegou a dizer que o Athletico é “a noivinha mais bonita do mercado brasileiro”.
Contudo, a venda da SAF do Athletico ainda está um pouco distante. A direção do clube prega calma e diz que “não está desesperado”, apesar de apontar, em pedido de desculpas à torcida, que as SAFs trouxeram “desequilíbrio financeiro”.
Além disso, o trabalho demanda dedicação exclusiva do presidente Mario Celso Petraglia. A informação foi dada pelo jornalista Augusto Mafuz, colunista do UmDois Esportes, no podcast Carneiro&Mafuz no fim de setembro.
Athletico: interessado é conhecido por arrematar empresas em crise
Segundo Mafuz, o principal interessado seria o grupo de Nelson Tanure, o Fundo Bordeaux.
A Bordeaux Fundo de Investimento, de São Paulo, é um grupo reconhecido nacionalmente por investimentos com altos valores.
A Bordeaux teve destaque estadual ao arrematar, por R$ 133,8 milhões, a Sercomtel, empresa de telecomunicações de Londrina.
No entanto, o negócio ainda maior foi a compra da antiga Copel Telecom, que se passou a chamar Ligga. Em 2020, o Fundo Bordeaux comprou a Copel por R$ 2,3 bilhões. O valor representou um ágio de 70,94% em relação ao valor mínimo de venda no leilão, estipulado em R$ 1, 4 bilhão.
Além do empresário Nelson Tanure, que é o nome forte, a empresa ainda conta com Hélio Costa.
Conforme disse Mafuz no podcast, Costa é ex-repórter da Globo e chegou a ser “a cara do Fantástico”. Além disso, ele ainda se destacou por ter atuado como ex-ministro das Telecomunicações entre 2005 e 2010, durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, a principal marca de Tanure é a obtenção de empresas que devem passar por reformulação, ou seja, estão em dificuldades ou durante algum tipo de crise. É o caso do Athletico, principalmente após o rebaixamento.
Tanure tem uma cartela variada de empresas, já que investiu em segmentos diversificados, que vão da TIM até a produtora de petróleo e gás Prio (PRIO3), ou a incorporadora Gafisa (GFSA3). Com perfil discreto, são poucas fotos do investidor e praticamente nenhuma declaração oficial.
No caso do futebol do Athletico, o presidente Mário Celso Petraglia enxerga que a venda da SAF é a única forma de aumentar os valores no departamento do futebol.
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