Em um pedido de desculpas para a torcida, a diretoria do Athletico publicou uma carta após o rebaixamento à Série B. A direção do clube aponta a queda como “imponderável no futebol” e o “redirecionamento de rotas”, que começou com as demissões de Paulo Autuori, Lucho González e Paulo Miranda.
“O descenso do Athletico Paranaense é doloroso e digno de toda lamentação”, diz o início do texto publicado nas redes sociais e sem nomes na assinatura.
Apesar do mea culpa, a diretoria ainda tentou se defender ao afirmar que fez o investimento mais alto do que os dois anos anteriores.
“Mesmo assim, é preciso dizer que o CAP aportou um investimento em seu Departamento de Futebol maior que o realizado nos anos de 2022 e 2023. Infelizmente, pelo imponderável da bola e pela incerteza inerentes a cada contratação, não acertamos”, aponta.
Sobre as demissões de Autuori, Lucho e Paulo Miranda, a carta fala em “reestruturação ampla na área do futebol” e “adaptação mais rápida possível para a realidade” da Segunda Divisão.
Em outro apelos, a diretoria do Athletico aponta que o calendário do futebol brasileiro faz as equipes desfocar do Brasileirão e a perda de jogadores devido à falta de adaptação da janela de transferências europeia.
Leia a íntegra da carta da direção aos torcedores do Athletico
Carta ao torcedor athleticano
Antes de tudo, é preciso pedir desculpas pelo triste resultado esportivo de 2024.
O descenso do Athletico Paranaense é doloroso e digno de toda lamentação, pois esta Instituição se tornou nas últimas décadas sinônimo de grandeza e orgulho para todo o povo paranaense e sua fanática torcida.
Apesar de fazer parte da vida competitiva e esportiva o ganhar e perder, não é fácil absorver e entregar este decepcionante resultado para todos vocês, que assim como nós, amam e vivem diariamente este Club. É necessário com muita humildade reconhecer que muitos erros foram cometidos, mas também é fundamental refletir sobre eles e aperfeiçoar nosso caminho para o futuro.
O futebol brasileiro, como indústria que é hoje, traz um cenário diverso do que tínhamos em nosso passado recente, em que passamos a ocupar um espaço de destaque entre os grandes, como reflexo da nossa boa organização e profissionalismo, mas também como resposta ao estado de vulnerabilidade econômica de muitos clubes. Agora, com a redução significativa do sistema associativo do futebol brasileiro com vinda das SAF’s e a injeção de aporte financeiro por investidores na formação de blocos econômicos para negociação de seus direitos (caso das ligas), é notório um novo desequilíbrio financeiro, acompanhado de outras e maiores demandas por parte do mercado.
Mesmo assim, é preciso dizer que o CAP aportou um investimento em seu Departamento de Futebol maior que o realizado nos anos de 2022 e 2023. Infelizmente, pelo imponderável da bola e pela incerteza inerentes a cada contratação, não acertamos.
O calendário anual das copas, que faz a maioria dos seus disputantes a desfocar do Campeonato Brasileiro, e o desencontro do calendário brasileiro com a principal janela europeia de contratações também levam a refletir as perdas significativas de atletas que estão em plena competição nacional.
É imperativo pensar o futuro e a necessidade de dar novo direcionamento de rotas. Para isso, já iniciamos uma reestruturação ampla na área do futebol e trabalhamos por uma adaptação mais rápida possível para a realidade que enfrentaremos na próxima temporada.
A visão do futuro nos exige todos os sacrifícios, sem nos desconectar dos princípios de governança que nos levaram a ser referência de modernidade e boa gestão.
Como tudo que é mais valoroso na vida, é preciso estarmos juntos, nas alegrias e nas tristezas. Contigo, ATHLETICO PARANAENSE, até o fim. Vencemos juntos e perdemos juntos. Que a reta final deste ano seja valorada pela união e a força incansáveis que demonstramos com nossa casa cheia, apoiando incondicionalmente o Furacão.
A Direção.
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