Cinco pessoas morreram, na madrugada deste domingo, em um confronto entre agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e garimpeiros ilegais, na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá (MT). A tragédia aconteceu durante uma operação de fiscalização contra a mineração clandestina na região.
Segundo as autoridades, os servidores foram recebidos a tiros pelos garimpeiros ao tentarem desarticular as atividades ilícitas. No confronto, os agentes, em parceria com forças de segurança, reagiram aos disparos, resultando na morte dos cinco suspeitos. Três deles, foram apontados como”seguranças” de garimpeiros.
Os corpos foram levados para perícia e o local permanece sob monitoramento para evitar novos conflitos. Além dos óbitos, as equipes de fiscalização apreenderam um arsenal considerável em posse dos garimpeiros, o que evidencia o grau de organização e periculosidade do grupo.
Entre as armas apreendidas, estão um fuzil calibre 556, uma submetralhadora, uma espingarda calibre 12, duas pistolas e um revólver, além de grande quantidade de munições e outros acessórios utilizados nas atividades criminosas.
A operação faz parte de um esforço contínuo do Ibama e das autoridades estaduais e federais para conter o avanço do garimpo ilegal na Amazônia e em outras regiões do país. As autoridades investigam se os garimpeiros mortos tinham ligação com facções criminosas e se o armamento apreendido foi obtido de forma ilícita.
A operação, que começou na segunda-feira da semana passada, conta com o apoio de três aeronaves. Até o momento, foram destruídas: 30 escavadeiras, 22 caminhonetes, dois caminhões, uma pá-carregadeira, 6 motos, 25 acampamentos e 5 mil litros de combustível. O Território Indígena Sararé, que tem 67 mil hectares e é habitada por grupos Nambiquara, é uma das áreas mais afetadas pelo garimpo ilegal no Brasil.
Prejuízo
A mineração ilegal, além de causar danos ambientais irreparáveis, é frequentemente associada a outras atividades criminosas, como o tráfico de armas e a exploração de mão de obra em condições degradantes. Segundo o ambientalista Charles Daer, explica que o garimpo legal requer uma série de investimentos e autorizações específicas do governo federal.
“Para que a mineração aconteça de forma legal, é preciso de licenças na Agência Nacional de Mineração. É necessário ver todos os possíveis impactos, novas formas e como explorar, até onde pode desmatar, o que fazer com o rejeito. Tudo isso é pensado”, diz.
O ambientalista destaca o impacto da exploração das terras. “O garimpo, em si, é uma atividade ilegal. Todo mundo que está atuando ali, está à margem da lei, não tem nenhuma preocupação, nem com registro, muito menos com questões ambientais. Tudo isso vai no oposto do que é a regularização regularizada”, aponta.
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