Diversas capitais do país concentraram ações neste fim de semana voltadas para conscientização e incentivo à doação de órgãos. Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), mais de 60 mil pessoas estão à espera de um transplante e outras 3 mil, em média, morrem enquanto aguardam a cirurgia para receber o novo órgão.
Moradores do Distrito Federal participaram no domingo (22/9) de uma caminhada no Parque da Cidade Sarah Kubitschek. A iniciativa “Setembro Verde — Doe Órgãos, Doe Vida”, foi promovida pela Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF), que ofereceu serviços como aferição de pressão arterial e medição da glicemia, além do sorteio de brindes.
O objetivo do evento é ampliar a lista de possíveis doadores de órgãos no DF. Foi realizada uma caminhada em grupo e uma conversa entre pacientes transplantados, famílias doadoras e profissionais de saúde.
Segundo a Secretaria de Saúde do DF, até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes, sendo 207 de córnea, 177 de órgãos (incluindo rim, fígado e coração) e 161 de medulas ósseas no Distrito Federal.
No Rio de Janeiro, também foi realizada, no sábado, a campanha “Na Onda da Doação”, que busca conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. A ação foi promovida pela Sociedade de Nefrologia do Rio de Janeiro, na Praça do Arpoador, Zona Sul da cidade, em parceria com o Grupo do Fígado e a Sociedade de Cardiologia do Rio.
O médico Pedro Túlio Rocha, presidente da Sociedade de Nefrologia do Rio, reforça que este é um gesto de amor, que pode salvar muitas vidas. “Buscamos, com a população, esclarecer e motivar esse gesto que pode salvar direta ou indiretamente até oito pessoas. No Brasil, temos cerca de 60 mil pessoas aguardando por um tecido ou um órgão para transplante. E para alguns pode ser a única opção de tratamento para manutenção da vida”, disse.
Tabu
Em todo o Brasil, nos primeiros seis meses deste ano, mais de quatro mil órgãos e cerca de oito mil córneas foram doadas para a realização de transplantes. O aumento em relação a 2023 foi de 3,2%.
Apesar do crescimento, falar sobre doação de órgãos ainda é um tabu para uma parte das pessoas. Segundo dados do Ministério da Saúde, de cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar, apenas quatro realmente o fazem, por recusa da família.
Para tentar desmistificar o assunto, foi lançada pelo ministério uma campanha com o tema “Doação de órgãos: precisamos falar sim”, que alerta para a necessidade de se tratar do assunto.
De acordo com a pasta, os órgãos mais doados foram os rins, fígado, coração, pâncreas e pulmão. Entre os tecidos, a córnea e a medula óssea estão no topo da lista. Somente nos seis primeiros meses deste ano, foram realizados pelo Sistema Único de Saúde, mais de 14 mil transplantes (SUS). No ano passado, esse número foi de 13.900.
Com informações da Agência Brasil.
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