Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra um homem agredindo uma mulher dentro de um ônibus na manhã desta sexta-feira (12/7), no Rio de Janeiro. O agressor deu socos e chutes, além de proferir xingamentos homofóbicos e racistas contra a mulher.
O caso ocorreu em um ônibus da linha 388 (Cesarão – Candelária) em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital, por volta das 10h30. A vítima, Maria Luiza Alves, de 23 anos, narrou ao g1 a ordem cronológica dos fatos.
Segundo ela, a confusão começou antes de entrar no ônibus. Maria estava a caminho do trabalho e esperava a condução quando viu o agressor xingando um funcionário da Mobi Rio (empresa que administra o BRT da cidade) do outro lado da rua.
Maria não soube dizer porque o homem estava agressivo. Em seguida, ele começou a desferir xingamentos contra ela também. Ele a chamou de “sapatão paraíba” e “macaca”, mostrando a genitália para ela. Maria não respondeu.
Quando viu que o homem entrou no ônibus xingando, a vítima começou a filmar. Durante as agressões, ela conta que pediu ao motorista para parar na delegacia várias vezes, mas teve o pedido ignorado. Confira o vídeo, onde Maria é agredida e xingada:
Meninas, momento sério e preciso da ajuda de vocês !
Uma amiga sofreu homofobia dentro do ônibus hoje de manhã, quem puder ajudar, agradeço muito ! pic.twitter.com/mdNqvwPZK5
— F?l? s?p?tα?o (@falaisapataoofc) July 12, 2024
“Quando eu vou me distanciando para o fim do ônibus, perto da porta e eu peço para o motorista: ‘para na delegacia’ várias vezes. Ele responde uma [vez] pro motorista: ‘vai parar na delegacia não, vai parar aí que ela vai descer’. E o que o motorista fez? Parou o ônibus ali, não era nem 20 metros de um posto de polícia. Simplesmente ignorou ele me xingando, sendo racista, sendo homofóbico, me agredindo, me ameaçando, o motorista negou isso tudo e parou o ônibus”, afirma.
Após o ocorrido, Maria buscou atendimento médico no Hospital Pedro II e registrou a ocorrência na delegacia. Ela fará o exame de corpo de delito na manhã de sábado (13/7).
De acordo com Maria, o que a entristece é a indiferença das pessoas que acompanharam a cena. “O que mais me dói é que ninguém se mete, ninguém tenta me defender, ninguém me ajuda, parece que ninguém liga. Estava claro o motivo que ele estava me batendo, ele me xingou de sapatão várias vezes”.
Em nota enviada ao Correio, a Rio Ônibus lamentou profundamente o ocorrido e orientou que os usuários façam suas denúncias relativas a todos os tipos de assédios por meio do Fale Ônibus (0800 886 1000) e do Disque-Denúncia (2253-1177). A empresa ainda disse estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
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