Seis pessoas foram indiciadas pela morte do empresário Luiz Marcelo Ormond, incluindo a namorada, Júlia Cathermol, acusada de homicídio por motivo torpe com emprego de veneno e com uso de traição ou emboscada; estelionato; associação criminosa; falsidade ideológica; fraude processual; e uso de documento falso, por se apropriar dos bens do empresário e por vender as armas dele.
Segundo o relatório, a causa da morte foi envenenamento por morfina e clonazepam, após ele comer um brigadeirão. Um exame de necrópsia foi realizado no cadáver da vítima e encontrou um líquido achocolatado no estômago.
As investigações apontam que o crime foi cometido por questão financeira, pois a namorada tinha uma dívida de R$ 600 mil com uma cigana, a amiga Suyany Breschak, também envolvida no crime, por conta de trabalhos espirituais. Ela teria instruído Júlia a ministrar o remédio no brigadeirão.
Segundo a 25ª DP (Engenho Novo), Suyany foi beneficiária dos bens furtados do empresário e recebeu o carro dele como parte do pagamento da dívida. O veículo foi encontrado em Cabo Frio, na Região dos Lagos, após ter sido vendido.
A cigana responderá pelos crimes de homicídio por motivo torpe com emprego de veneno e com uso de traição ou emboscada; estelionato; associação criminosa; falsidade ideológica e fraude processual.
Além das duas, foram indiciados Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, Victor Ernesto de Souza Chaffin, Geovani Tavares Gonçalves e o sobrinho Michael Graça Soares.
Leandro, que era namorado de Suyany, e Victor, que também já se envolveu com ela, foram acusados de ter recebido bens de Luiz Marcelo, incluindo o carro, duas pistolas, computadores, celular, ar-condicionado, relógios e outras joias.
Já Geovani e Michael teriam comprado de Victor duas armas do empresário, que foram vendidas com a numeração raspada, segundo a polícia. Os quatro homens respondem pelo crime em liberdade.
Ao Correio, o Ministério Público do Rio de Janeiro informou que ainda não recebeu o inquérito policial.
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Relembre o caso
Luiz Marcelo Ormond foi encontrado em estágio avançado de decomposição em 20 de maio no apartamento onde morava no bairro Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O corpo foi localizado porque vizinhos sentiram um cheiro forte e acionaram as autoridades.
Na época, Júlia, que era namorada da vítima, alegou que não sabia da morte de Luiz. De acordo com parentes e amigos do empresário, Luiz e Julia brigavam bastante. Ele, inclusive, relatava que tinha medo de casar por conta dos bens deles e medo de separar.
Suyany Breschak foi presa por suspeita de ajudar Júlia a se desfazer dos bens do empresário morto. Júlia teria moído e colocado 50 comprimidos do medicamento Dimorf no brigadeiro oferecido à vítima. O fármaco tem morfina e age sobre o sistema nervoso central e outros órgãos do corpo.
A bula do medicamento alerta que, em caso de uso de grande quantidade, é necessário procurar atendimento médico imediatamente, pois a superdosagem pode causar dificuldade respiratória, muita sonolência progredindo para entorpecimento ou coma, flacidez muscular esquelética, pele fria ou úmida, pupilas contraídas, e em alguns casos edema pulmonar, bradicardia (batimentos cardíacos mais lentos), parada cardíaca e morte.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Luiz morreu de três a seis dias antes de o corpo ser achado.
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