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Enchentes no Rio Grande do Sul: agronegócio avalia perdas de R$ 3 bilhões

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou nesta segunda-feira (27/5) estimativas de perdas do agronegócio do estado com as enchentes que assolam os gaúchos desde do começo do mês. O valor das perdas pode chegar a cerca de R$ 3 bilhões. Além disso, a normalização do setor deve levar pelo menos dez anos.

O levantamento revelou que 347 produtores informaram prejuízos, totalizando pouco mais de R$ 467,6 milhões, com uma média de R$ 1,4 milhão por ocorrência. Dos 550 agricultores que responderam ao levantamento, cerca de 73% são pequenos produtores. Dentre eles, 63,4% integram o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), enquanto os demais são agricultores familiares.

A Farsul conduziu um levantamento em parceria com o projeto S.O.S Agro RS, que ouviu 2.025 produtores do estado. Segundo o economista chefe da Farsul, Antônio da Luz, o cálculo das perdas é baseado na área de produção inundada. Portanto a quantidade do prejuízo deve ser maior assim que possa ser avaliado áreas inundadas.

O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou que o agronegócio já estava fragilizado por conta da seca no passado. Ele ressaltou a necessidade de uma solução excepcional por parte do governo federal para enfrentar essa situação de calamidade no Rio Grande do Sul. Gedeão também diz que a decisão do Governo Federal de liberar importação de arroz, pode acabar atrapalhando não essa safra, mas sim a safra do ano seguinte, devido a quantidade de arroz no mercado.

Graziele de Camargo, lider do S.O.S Agro RS, alertou que os produtores vão precisar de, no mínimo, 10 anos para se recuperar completamente das perdas. Isso inclui danos à colheita, maquinário, infraestrutura e o solo. Entre as demandas da Farsul, Antonio da Luz diz que está a criação de uma nova linha de crédito para que os produtores possam sanar dívidas que vencem este ano. A proposta da entidade é uma linha de crédito com prazo de 15 anos, dois anos de carência e amortização de 3%.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

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