A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, ontem, o cubano Alejandro Triana Trevez, principal suspeito de assassinar o galerista Brent Sikkema, encontrado morto em seu apartamento no Jardim Botânico, na noite da última segunda-feira. Ele foi localizado em um posto de gasolina entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, ambas em Minas Gerais. As investigações também se voltam para uma possível relação entre Trevez e o viúvo do galerista, também cubano.
O suspeito era alvo de um mandado de prisão temporária e vem sendo apontado como assassino, depois que a investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) o identificou rondando a residência de Sikkema, 14 horas antes do crime. A descoberta só foi possível por meio da análise de câmeras de segurança do local.
Trevez estava em São Paulo antes do crime, para onde retornou logo depois. Passou, então, a se deslocar pela Região Sudeste, até ser capturado, na rodovia BR-050, por equipes da DHC, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo os investigadores, Sikkema, que tinha 75 anos, foi morto com 18 facadas no tórax e no rosto. Eles confirmaram que o galerista passava por um processo milionário de divórcio e de disputa pela guarda do filho contra seu marido, Daniel.
Premeditação
O delegado Alexandre Herdy, titular da DHC, diz não haver dúvidas de que o crime foi premeditado. Afirmou, ainda, que a polícia quer ouvir o suspeito sobre uma possível relação com o viúvo do marchand.
“Inicialmente, o inquérito apurou latrocínio. Não sabíamos de relação entre o autor do crime e a vítima. O autor do crime esteve aqui em meados do ano passado, e a vítima também. Agora, sabendo que o preso também é cubano, é uma nova etapa das investigações: a relação entre o autor e o ex-marido. O objetivo agora é trazê-lo (o preso) para cá (Rio), ouvi-lo, ouvir uma testemunha. Acreditamos que muitas informações ainda possam surgir”, ressaltou o delegado. Para ouvir o viúvo de Sikkema, há um trâmite burocrático a ser cumprido.
A suspeita de latrocínio, inicialmente apontada pelo inquérito, tinha base no sumiço de valores da casa do galerista. Segundo a advogada do marchand, Simone Nunes, teriam sido levadas joias e uma quantia equivalente a R$ 180 mil — em notas de dólar e real. O dinheiro seria utiizado por Sikkema para mobiliar um apartamento recém-comprado no Leblon, na Zona Sul do Rio. Ela contou que o galerista pretendia se mudar para a cidade.
O delegado explicou, porém, que as novas possibilidades levantadas pelo inquérito trazem dúvidas quanto à real motivação do crime. “Foi premeditado. O que restam são dúvidas sobre a finalidade, se foi roubar ou se teve outro motivo. Percebemos que o autor foi muito cuidadoso, manteve até o ar condicionado do quarto da casa ligado para chamar menos atenção”, afirmou.
Sikkema foi encontrado morto por Simone Nunes em seu apartamento no Jardim Botânico, na noite da última segunda-feira. Ele era sócio da Sikkema Jenkins & Co, renomada galeria de arte em Nova York, e fazia frequentes visitas ao Brasil.
*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi
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